XX Congresso da Sopa, nasceu, cresceu, atingiu a maioridade e está nos cuidados
paliativos prestes a morrer
Leio no site da C M de Tomar, sobre o Congresso da Sopa “Em 1995 os Serviços de Turismo, pela mão de Manuel Guimarães, “inventaram” um original momento gastronómico que rapidamente ganhou projecção nacional. O Congresso da Sopa é um muito efémero período de cerca de 4 horas durante as quais podem provar-se dezenas de sopas tradicionais portuguesas, desde a compacta sopa camponesa às sopas de peixe, passando pelo popular caldo verde e outras de “esquisitas proveniências”: alface, tremoço, canja de grão, sopa da taberna.... Todos os anos, em Maio, Tomar é invadida por milhares de provadores de sopas que as saboreiam em malgas especiais fornecidas pela organização- Por DTCM - Divisão de Turismo, Cultura e Museologia”. Será que algum leitor que procure informação no site de uma câmara “compra este evento”? Quando digo comprar é vir a nele participar! Assisto a alguns anos a este evento, lembro-me bem das filas que saiam da entrada do Mouchão atravessavam a ponte velha e do cariz didáctico e científico que a presença, por vezes contestada dada por um médico neste caso Bento Batista. A ida antes do evento aos programas de entretenimento das televisões a voz a avalisada de um médico falar do “Congresso” davam-lhe a mais valia e arrastava os visitantes. Hoje o evento está ao nível da mostra de Sopa da Sabacheira ou das Curvaceiras” e terei que dar razão ao Professor António Rebelo quando, escreve o que escreve no TOMAR A DIANTEIRA sobre o Congresso“Costumo comprar sopas no hipermercado. São baratas, boas, basta aquecer no micro ondas e não sujam loiça. A variedade não é por aí além, mas mesmo assim dá para comer diferente todos os dias da semana. Escrevo isto porque vai ter lugar no próximo sábado, no Mouchão Parque, a 20ª edição do Congresso da Sopa, inventado por Manuel Guimarães com intuito pedagógico, mas entretanto desvirtuado pelos eleitos locais, como acontece com frequência. Passou a ser sobretudo mais um pretexto para a encapotada compra de votos. Exagero?! Olhe que não! Olhe que não! Como se passa a tentar demonstrar. A edição anterior custou ao erário municipal -alimentado pelos impostos de todos nós, incluindo as alcavalas no recibo da água- cerca de 50 mil euros no total. (Aluguer da tenda, pagamento aos restaurantes participantes, publicidade e promoção, malgas, transportes, mão de obra...). Já a receita não chegou a vinte mil euros, nem coisa parecida. Partindo da hipótese muito plausível de que desta vez os números serão semelhantes, haverá a seguir uma trapalhada assaz patusca. À tomarense. Dado que entretanto o executivo já deliberou, POR UNANIMIDADE, doar ao CIRE a totalidade da receita, esta meritória associação de solidariedade social irá receber da autarquia algo próximo dos 15 mil euros, na melhor da hipóteses. Pergunto eu, com fingida ingenuidade: Não seria mais proveitoso, mais rápido, mais honesto, mais transparente e menos trabalhoso, doar ao CIRE os 50 mil euros que custa o evento, mandando desta vez o congresso à ortigas, devido à crise?
Insistindo em mal alinhavados golpes de bastidores com o fito na sumarenta reeleição, os senhores autarcas fazem com que haja cada vez mais cidadãos a perceber que, ali para os Paços do Concelho, se continua a distribuir sopa rica a crédito, simplesmente porque quase todos os eleitos são afinal, em termos comportamentais, sopa da mesma panela…”
Perante estes comentários e a reportagem televisiva (RTP) que focava 4 000 litros de sopa para 2 000 visitantes, ou seja cada um “encheu o bandulho com 2 litros de caldo em média e perante o responsável pelo café que já vendeu “ ou sejam foram dado em forma de bicas 14 Kg e hoje se ficou pelos 6 Kg, temos que ver que o Congresso desfila e está a morrer e nisso exige-se responsabilidades a quem o organiza com o dinheiro de todos nós. Se durante dez anos a mensagem passou bem e proporcionou grandes enchentes, o mais do menos, está a matar a “marca” e a mesma precisa de alterações profundas. Repetir ano após ano os mesmos eventos, usando o vira o disco e toca o mesmo, não resulta e se nos primeiros anos o evento, que até foi copiado pelo país fora, atraia as televisões, hoje, nem Lusa nem Correio da Manhã, comparecem. E tudo isto porquê? Por falta de motivação das pessoas da Câmara ligadas ao evento, e pela falta de criatividade. Quem está disposto a andar na fuçanguice, num aperto de tigela na mão, em espaço acanhado, a tentar obter uma sopa? Estão dispostos os habitués e quem não conhece, pois conhecendo jamais virá, dada as fracas condições que se oferecem e ao esgotar rápido de um evento ( em menos de horas) terminando a tarde como se viéssemos de um enterro. Falta animação, faltam barraquinhas de venda de produtos regionais, artesanato, enchidos, azeites, vinhos e animação muita animação com ranchos folclóricos e música ao vivo. Dá clara sensação que vereadores e funcionários do turismo da Câmara ligados ao evento, estão aflitos que tudo acabe depressa, que aquele não é o seu mundo, a sua zona de conforto. Esta mostra foi pioneira e fonte de inspiração dos inúmeros eventos ligados a esta temática que hoje se realizam um pouco por todo o país. A temática e os anos já deviam-nos ter dado tarimba e saber tirar mais valias. Vejam o festival do chocolate de Óbidos, sempre diferente, sempre a crescer. O mesmo irá acontecer com o festival das Estátuas Vivas, que hoje em todo o lado se fazem. A sopa tomarense azedou e há muita sopa de corno à mistura. Ouvir os proprietários dos restaurantes e são muitos dizer “ Freitas ainda não recebemos nada do ano passado”. Ler que o CIRE teve que reclamar aquilo que lhe prometeram, leva-nos a pensar. Entreguem esta organização ao CIRE, dêem-lhe apoio logístico e monetário e dado a nobre finalidade, certamente que a s Juntas de Freguesia, associações e restaurantes se entregam de corpo e alma, como na Festa dos Tabuleiros e o evento voltará ao seu esplendor. Pois com políticos metidos nisso e sopa da mesma panela, tem razão o Prof. Rebelo, quando escreve o que escreveu. Será que a Divisão de Turismo, Cultura e Museologia” não vê mais para além do umbigo? O Mouchão é lindo mas não tem espaço. Faltam casas de banho, falta tudo. Associar o Congresso das Sopas a uma mostra de doces conventuais seria uma mais valia, mas a maior mais valia é o evento sair debaixo da umbrela da Câmara, que já provou que não tem gente capaz e entregar a quem o faça.
Atendendo aos fins sociais do mesmo, não deixem por favor a sopa azedar mais e não podemos deixar morrer aquilo que um não nascido em Tomar, mas que tanto promoveu Tomar pelo mundo, inventou há 20 anos e que os políticos de hoje estão a MATAR!
A.F
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