Rancho Folclórico e Etnográfico de Alviobeira promoveu
conferência “ Folclore identidade de uma freguesia ou região”
“Uma
lição de sapiência”
O título do
artigo tem direitos de autor do secretário da Junta de Santa Maria dos Olivais
– Mário Santos que foi a forma como classificou, no final
a conferência “ Folclore identidade de
uma freguesia ou região” que durante duas horas em sala cheia e sem se ouvir
nada mais que os conferencistas convidados se aprendeu quem se dedicou na sua
vida profissional e se dedica ao ensino, ao estudo, à pesquisa e à cultura. Numa
altura em que mil e tal freguesias, neste país, se vêem, (e Alviobeira não foge
à regra), com a imposição de uma lei aprovada em Assembleia da República Lei
22/2012, de uma reforma que por ironia do destino, teve um mediático e
demissionário ministro dos Assuntos Parlamentares e presidente da assembleia
municipal, de Tomar – Miguel Relvas, fazia sentido inserido, nas actividades
dos 25 anos do rancho e nas exposições patentes e na cerimónia da Gala, ouvir,
sem ser de políticos de qualquer quadrante ou estatuto, o que teriam a
dizer o José Joaquim ( professor aposentado) e grande estudioso do
folclore, Ernesto Jana, historiador, o tomarense Prof. Dr. Luis Graça, com
vasto currículo académico ou Paulo Alcobia Neves, licenciado em turismo e um
defensor da história da região com vários livros publicados. Foi uma palestra
educativa em que Paulo Neves faz a resenha histórica da freguesia desde Gualdim
pais e o castelo de Ceras a Miguel Relvas, quando quer agregar freguesias,
nesta reforma de “tapar o olhos à troika” em que por via da Ordem dos
Templários ter estado na freguesia de Alviobeira e ter havido um doação a
freguesia é das poucas do país; que pode usar no brasão a cruz templária.
Refere que Alviobeira será sempre freguesia no domínio religioso e evoca todo o
passado - a desanexação da igreja de Santa Maria de Arenas ( Pias) e da
Igreja Nova do Sobral e quando em 1855 Alviobeira é integrada no concelho de
Tomar, deixando de pertencer ao concelho de Ferreira do Zêzere. De
seguida José Joaquim refere “ não sou a favor da agregação e freguesias porque
ainda não consegui perceber os benefícios. Compreendo as preocupações das
gentes destas duas freguesias, mas penso que, no aspecto cultural até pode ser,
uma mais valia, para a consoliação da identidade, neste caso de Alviobeira e
Casais que já demonstraram individualmente o que querem, e para onde vão, as
suas relações culturais e de amizade podem, a partir de agora, serem vividas
mais no colectivo, é um desfio para a população destas duas freguesias,
que não devem voltar as costas uns aos outros, mas sim, procurarem em conjunto
reforçar a sua identidade cultural, contribuindo assim para engrandecimento da
nova freguesia, do concelho de Tomar(…)
Ernesto Jana
aponta exemplos de agregações que não passam pela cabeça de ninguém, como
a nova freguesia de Santa Maria Maior em Lisboa que vai agregar 12 freguesias e
aponta os aspectos culturais de cada uma, nas marchas populares dos vários
bairros que pode estar em causa. Refere “ a terra é feita pelas pessoas e não
pelos políticos” e embora seja contra a agregações forçadas de freguesias, não
será por aí que a identidade cultural se vai perder e Alviobeira será sempre
Alviobeira na suas tradições usos e costumes. Apelou à preservação dos mesmos e
aponta alguns doutras regiões que se estão a perder. Luís Graça , é contra a
agregação e focou os aspectos históricos de Alviobeira, e de Tomar e a
cultura dos povos das aldeias e rematou “ o concelho de Tomar são as
freguesias, o nucelo de preservação de tradições mora aqui e vai mantendo
vivo, este mundo que já perdemos e, em Alviobeira pelo que me foi dado a
conhecer e no magnífico restauro da Capela de Ceras que acompanhei, nas
iniciativas e exposições o rancho está de parabéns; advogando uma autenticidade
rica que deve ser aproveitada senão Tomar vai ser no futuro uma terra de
paisagem”.
Todos assim
manifestaram a sua discordância por esta reforma administrativa, mas se tal
vier a ser aplicada não será por via dela que a tradição e cultura de uma
freguesia e da outra que se fundem num território mais vasto, possa vir a ser
beliscado e cabe às gentes da terra e instituições em que os ranchos tem um
grande papel, continuar a preservar a herança dos seus antepassados. No
final foram distribuídos diplomas aos presentes da sua participação.
Alviobeira
Acontece!
António
Freitas
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